Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta terça-feira

Os futuros dos EUA apontam para uma ligeira baixa com o início da mais recente reunião de definição de políticas do Federal Reserve, enquanto a Pfizer lidera as divulgações de balanços do dia e as negociações sobre o teto da dívida em Washington enfrentam um prazo mais apertado do que o previsto. Enquanto isso, a inflação no euro aumenta antes da decisão do Banco Central Europeu no final desta semana. No Brasil, começa hoje reunião que deve definir os rumos da política monetária.

1. Início da reunião do Fed

Os futuros das ações dos EUA estavam no vermelho na terça-feira, mas em grande parte oscilavam em torno da linha plana, com as atenções voltadas para o que poderia ser uma reunião crucial do Federal Reserve e uma série de dados do mercado de trabalho observados de perto.

Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros era negociado em baixa de 0,19%, o S&P 500 futuros caía 0,15% e o Nasdaq 100 futuros subia 0,02%.

Em relação aos dados econômicos, a pesquisa vagas de emprego and Labor Turnover Survey (também conhecida como JOLTS) deve ser divulgada na terça-feira. O relatório, que acompanha as vagas de emprego e o número de trabalhadores que decidiram se demitir, ajuda a avaliar o nível de demanda no mercado de trabalho.

Os dados servirão como um aquecimento antes da importantíssima divulgação de abril do relatório de empregos payroll na sexta-feira, que deverá apontar a terceira desaceleração mensal consecutiva no crescimento do emprego.

A reunião de dois dias do Federal Reserve para definição de políticas está marcada para começar ainda hoje.

O banco central dos EUA vem apertando agressivamente a política monetária no último ano em uma tentativa de esfriar a inflação em alta, mas ainda há preocupações sobre o impacto que essas decisões terão sobre o crescimento. Na semana passada, os números do primeiro trimestre do Produto Interno Bruto apontaram para uma atividade geral lenta na maior economia do mundo.

Mas a recente turbulência no setor bancário – marcada esta semana pela falência do First Republic Bank e a subsequente aquisição da maior parte de seus ativos pelo JPMorgan (NYSE:JPM) – levou muitos observadores a prever que o Fed fará uma pausa após essa última caminhada.

Em março, os formuladores de políticas aumentaram as taxas para o nível mais alto desde 2007. Após essa reunião, a previsão do “gráfico de pontos” do Fed indicou que seria provável mais um aumento de um quarto de ponto em 2023.

2. Começa reunião de política monetária no Brasil

Também inicia nesta terça-feira, 02, a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para decidir os rumos da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic. O anúncio com a decisão ocorre amanhã, 03, e as expectativas consensuais apontam para a manutenção da Selic no patamar atual, em 13,75%.

Segundo as últimas falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, a situação fiscal é um dos entraves para a redução nos juros. Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, chegou a 4,65% em doze meses finalizados em março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o IPCA-15 de abril atingiu 4,16% no acumulado anual.

Mauro Rochlin, coordenador do MBA de Gestão estratégica e econômica de negócios da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia a rigidez da política como acima do necessário. “Acho que o Banco Central está exagerando na dose e esteja convicto de que é a dose correta”.

André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, espera um comunicado ainda duro, com possíveis sinalizações positivas sobre avanços, como a definição de uma nova regra fiscal.

Às 8h, o ETF EWZ  (NYSE:EWZ) subia 2,28% no pré-mercado.

3. Pfizer destaca onda de lucros

A Pfizer (NYSE:PFE) está entre as maiores empresas dos EUA a divulgar seus últimos resultados na terça-feira, com os investidores interessados em ver como está a demanda pelos produtos relativos à covid-19 da gigante farmacêutica.

Espera-se também que qualquer possível atualização sobre a compra da empresa de biotecnologia Seagen, em março, por US$ 43 bilhões, que ainda está sendo analisada pelos órgãos reguladores, seja um dos principais focos.

Outras empresas que devem divulgar seus lucros hoje incluem a fabricante de chips Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD), a cadeia de cafeterias Starbucks (NASDAQ:SBUX) e a empresa de compartilhamento de caronas Uber (NYSE:UBER).

Nesta semana, também serão divulgados os números da Apple (NASDAQ:AAPL), a maior empresa americana em valor de mercado. O relatório da fabricante do iPhone, que deverá ser divulgado na quinta-feira, é normalmente considerado um indicador da força da demanda do consumidor global.

4. Aumento da pressão sobre o teto da dívida

A Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, aumentou a pressão sobre os legisladores em Washington, alertando que o governo não será capaz de cumprir suas obrigações a partir de 1º de junho, caso não se chegue a um acordo para aumentar ou suspender o teto da dívida.

A declaração, emitida em uma carta ao presidente da Câmara dos Republicanos, Kevin McCarthy, na segunda-feira, estabeleceu um prazo mais cedo do que muitos em Wall Street esperavam. Os economistas do Goldman Sachs haviam provisoriamente colocado a chamada “data X” – ou seja, o dia em que o Tesouro não poderá mais cumprir suas obrigações com os detentores da dívida – em algum momento no final de julho.

Os comentários de Yellen foram apoiados pelo Congressional Budget Office, que também estimou que o Tesouro ficaria sem fundos no início de junho, citando receitas fiscais mais fracas do que o esperado.

O governo Biden tem dito há muito tempo que não se reunirá com McCarthy sobre o limite da dívida enquanto os republicanos da Câmara exigirem que qualquer acordo venha com grandes cortes em algumas das principais iniciativas de gastos do presidente. Mas à medida que junho se aproxima, a Casa Branca provavelmente enfrentará mais pressão para participar das negociações.

5. A inflação da zona do euro aumenta, mas os preços básicos esfriam

A inflação da zona do euro subiu ligeiramente em abril, conforme esperado, em um sinal de que o crescimento dos preços continua teimosamente elevado, já que os definidores de taxas regionais se preparam para revelar sua última decisão sobre taxas nesta semana.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da área da moeda para o mês subiu para 7,0% em uma base anualizada, de acordo com dados preliminares do Eurostat, em linha com as previsões dos economistas. Enquanto isso, o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e combustível, desacelerou marginalmente para 5,6%, surpreendendo as estimativas de que o número permaneceria inalterado.

Os números de abril foram divulgados no momento em que o Banco Central Europeu se prepara para realizar sua mais recente reunião de política monetária na quinta-feira, com as autoridades amplamente inclinadas a aumentar os custos dos empréstimos. No entanto, as previsões divergem quanto ao fato de o BCE aumentar as taxas aumentar em 25 pontos-base ou optar por um aumento maior de 50 pontos-base.

Investing.com — Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

 

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