Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta sexta-feira

Os EUA divulgam dados de vendas no varejo para junho, com os números esperados para figurar com destaque quando o Federal Reserve definir as taxas de juros dos EUA. As ações dos EUA devem abrir cautelosamente em alta, já se preparando para outro grande aumento nas taxas.

A economia da China contraiu no segundo trimestre sob pressão dos lockdowns, deixando o crescimento anual no nível mais baixo desde o início da pandemia. O presidente da Itália, Sergio Mattarella, rejeitou a renúncia de Mario Draghi como primeiro-ministro, e o presidente dos EUA, Joe Biden, deve visitar a Arábia Saudita, mas é improvável que receba uma promessa imediata de maior produção de petróleo.

No Brasil, mais polêmicas na estatal brasileira de petróleo.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na sexta-feira, 15 de julho.

1. Vendas no varejo para adicionar combustível ao debate tarifário

Os EUA divulgarão os números vendas no varejo de junho às 9h30 (horário de Brasília), encerrando uma semana pesada de dados com temas de inflação. Analistas esperam que as vendas tenham subido 0,8% em valor, tendo caído 0,3% em maio devido a uma breve queda nos preços da gasolina.

A chave para entender os números será a necessidade de eliminar fatores como a gasolina, para ver o que está acontecendo com essa parte da demanda do consumidor que o Fed pode realmente controlar. O dirigente do Federal Reserve Chris Waller havia dito que estava aberto a aumentar as taxas de juros em um ponto percentual completo se os dados – e os números da habitação da próxima semana – saíssem mais fortes do que o esperado, mas, por outro lado, ele e o similarmente hawkish James Bullard são a favor de manter uma alta de 75 pontos base na reunião do Fed no final do mês.

A pesquisa Empire State Manufacturing de Nova York também deve ser realizada ao mesmo tempo, mas é improvável que acrescente muito ao debate.

As ações dos EUA devem abrir cautelosamente em alta depois de mais uma vez suportarem razoavelmente bem o fluxo de notícias ostensivamente negativos na quinta-feira.

Às 08h07, os futuros do Dow Jones subiam 97 pontos, ou 0,32%, enquanto os do S&P 500 e Nasdaq 100 subiam 0,24% e 0,020%.

O Dow terminou em baixa na quinta-feira depois que o JPMorgan (NYSE:JPM) (BVMF:JPMC34) influenciou o sentimento com uma queda de 28% no lucro que o levou a suspender as recompras de ações. Os resultados bancários continuam mais tarde com o Citigroup (NYSE:C) (BVMF:CTGP34), Wells Fargo (NYSE:WFC) (BVMF:WFCO34), PNC Financial (NYSE:PNC) (BVMF:PNCS34), US Bancorp (NYSE :USB) (BVMF:USBC34) e Bank of New York Mellon (NYSE:BK) (BVMF:BONY34).

A UnitedHealth (NYSE:UNH) foi a primeira a sair do portão com números que superam as linhas superior e inferior. Também em foco mais tarde estará a Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34), enquanto o mercado digere as implicações de sua promoção do Prime Day e seus movimentos esta semana para liquidar acusações antitruste na União Europeia (UE).

2. Contrações do PIB chinês no 2T; greve dos moradores se alarga

economia da China contraiu no segundo trimestre, mais do que o esperado, deixando o crescimento anual em apenas 0,4% – o mais lento desde o início da pandemia. Os números levaram os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) (BVMF:GSGI34)GS) a reduzir novamente sua previsão de crescimento chinês para o ano, para apenas 3,3%.

Os dados mensais de junho foram um pouco mais encorajadores, com as vendas no varejo chinesas em particular saltando solidamente após a queda causada pelo lockdown.

Os números foram ofuscados por mais más notícias para o setor imobiliário, no qual milhares de compradores de casas estão se recusando a pagar suas hipotecas em protesto contra o fracasso das incorporadoras em entregar casas pré-vendidas conforme o contrato. Isso está criando uma nova fonte de pressão sobre os incorporadores e seus credores bancários chineses, que foram forçados a fazer declarações coordenadas tentando minimizar o efeito em sua própria saúde financeira.

3. Possível conflito de interesses na Petrobras

O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras (BVMF:PETR4) informou nesta quinta-feira que dois dos sete indicados do governo brasileiro para o novo conselho de administração não atendem aos requisitos para ocupar o cargo. De acordo com o comitê, Jônathas Assunção Salvador Nery de Castro e Ricardo Soriano de Alencar, que foram apontados pelo presidente Jair Bolsonaro, não estão qualificados. No mês passado, o comitê aprovou a indicação de Caio Paes de Andrade como novo presidente-executivo da companhia.

O comitê acredita que os dois candidatos teriam conflito de interesses, pois ocupam cargos de alto escalão no governo federal – enquanto Castro trabalha na Casa Civil, Alencar é procurador-geral do Tesouro Nacional.

Apesar do relatório, ambos os candidatos ainda podem ser conselheiros até a aprovação do atual conselho e dos acionistas. O Conselho de Administração da estatal deve se reunir na próxima segunda-feira para tratar do tema e marcar a assembleia.

Às 8h08, o ETF EWZ, que mede o desempenho das ações brasileiras em Nova York, subia 0,35% no pré-mercado em Wall Street, a US$ 25,67.

4. Itália no fio da navalha rumo à importante reunião do BCE

As ações e títulos italianos se recuperaram e o euro voltou a ficar acima da paridade com o dólar, já que a Itália conseguiu adiar sua próxima crise política por pelo menos mais alguns dias.

O presidente Sergio Mattarella rejeitou a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi na quinta-feira, que Draghi ofereceu depois de perder o apoio do Movimento Cinco Estrelas para seu programa de reforma. Ele agora deve falar com os legisladores na próxima terça-feira, com a ameaça de eleições antecipadas pairando sobre o parlamento.

A conturbada vida política italiana cria um cenário tenso para a reunião do Banco Central Europeu da próxima semana, que deve discutir uma nova ferramenta para conter a volatilidade potencialmente desestabilizadora do mercado de títulos, à medida que começa a aumentar as taxas de juros pela primeira vez em uma década.

5. A visita de Biden à Arábia Saudita

O presidente dos EUA, Joe Biden, viaja para a Arábia Saudita para discutir – entre outras coisas – a possibilidade de o Reino do Deserto bombear um pouco mais de petróleo, na esperança de reduzir os preços do gás doméstico a tempo das eleições de meio de mandato em novembro.

O protocolo diplomático normalmente determina que tais visitas só ocorram quando um resultado positivo já estiver garantido, embora as agências de notícias tenham informado anteriormente que um anúncio imediato é improvável, pois a Arábia Saudita não deseja prejudicar suas relações com a Rússia, que continua fazendo com a Ucrânia o que a Arábia Saudita fez com o Iêmen nos últimos anos.

Às 08h09, futuros do WTI subiam 01,83% a US$ 97,53 o barril, já tendo caído em antecipação à visita e alarmados com os crescentes sinais de desaceleração global que foram validados pelos dados da China durante a noite. Brent subia 2,19%, a US$ 101,27 o barril.

Investing.com – Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo

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