Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta segunda-feira
A Tesla reduziu seus preços em todo o mundo enquanto luta contra a queda nas vendas em meio a uma concorrência feroz, enquanto o Bitcoin subiu após seu evento amplamente esperado de redução pela metade. O petróleo caiu, enquanto as ações dos EUA devem abrir em alta no início de uma semana que inclui a divulgação de lucros do setor vital das grandes empresas de tecnologia. No Brasil, renda média per capita cresce 11,5% e atinge maior valor em doze anos.
1. Tesla reduz preços na China e na Alemanha
A Tesla (NASDAQ:TSLA) está no centro das atenções nesta segunda-feira, depois que a fabricante de veículos elétricos cortou os preços em vários de seus principais mercados no exterior, incluindo a China e a Alemanha, enquanto luta contra a queda nas vendas e a intensificação da guerra de preços.
“Os preços da Tesla precisam mudar com frequência para que a produção corresponda à demanda”, publicou o CEO Elon Musk no X no domingo.
A gigante dos veículos elétricos cortou o preço inicial do Modelo 3 na China no equivalente em pouco menos de US$ 2.000, segundo seu site oficial no domingo, enquanto também houve cortes de preços na Alemanha, bem como em muitos outros países da Europa, Oriente Médio e África.
Os preços dos veículos Model Y, Model X e Model S nos Estados Unidos foram reduzidos em US$ 2.000 na sexta-feira.
Os cortes de preços ocorrem depois que a Tesla informou no início deste mês que suas entregas globais de veículos caíram no primeiro trimestre pela primeira vez em quase quatro anos, levando a empresa a cortar sua força de trabalho em mais de 10% na semana passada, eliminando pelo menos 14.000 empregos.
Dito isso, a Bloomberg informou na segunda-feira que Muck havia pressionado por uma redução de 20% no quadro de funcionários, sugerindo que o número real de reduções poderia ser superior a 20.000 funções.
A Tesla deve divulgar seus lucros do primeiro trimestre na terça-feira, e espera-se que registre um declínio acentuado em seu lucro operacional, bem como sua primeira queda de receita em quatro anos.
As ações da Tesla já caíram mais de 40% até o momento neste ano.
Os futuros das ações dos EUA subiram na segunda-feira, estabilizando-se no início de uma nova semana, após uma forte venda do setor de tecnologia, em particular.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava 0,49% mais alto, o S&P 500 futuros subiu 0,50%, e o Nasdaq 100 futuros subiu 0,58%.
Os índices S&P 500 e Nasdaq Composto fecharam em forte queda na semana passada, caindo um pouco mais de 3% e 5,5%, respectivamente, já que as leituras de inflação rígidas reduziram a probabilidade de o Federal Reserve cortar as taxas de juros várias vezes em 2024.
O Dow Jones Industrial Average teve um desempenho superior, ajudado por sua exposição relativamente pequena à tecnologia.
Dadas as preocupações com a inflação, a divulgação na sexta-feira do índice de preços de despesas de consumo pessoal, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, será o centro das atenções.
O setor de tecnologia também permanecerá em foco, já que os lucros trimestrais desse importante setor devem começar a surgir nesta semana [veja abaixo].
2. Grandes lucros do setor de tecnologia previstos para esta semana
O foco da temporada de lucros trimestrais muda esta semana do setor bancário para o setor de tecnologia de ponta – resultados que serão um teste importante para a recuperação das ações dos EUA no ano, que tem se desestabilizado ultimamente à medida que as expectativas de cortes de juros diminuem.
Quatro das chamadas Sete Magníficas, o grupo de gigantes da tecnologia, apresentarão seus relatórios esta semana – a fabricante de veículos elétricos Tesla, na terça-feira, após o fechamento do mercado, a Meta (NASDAQ:META), empresa-mãe do Facebook, na quarta-feira, seguida pela Microsoft (NASDAQ:MSFT) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa-mãe do Google, na quinta-feira.
Das outras megacaps, a Apple (NASDAQ:AAPL) e a Amazon (NASDAQ:AMZN) devem apresentar seus relatórios na semana seguinte, enquanto a Nvidia (NASDAQ:NVDA) apresenta seus relatórios em 22 de maio.
Embora a temporada de relatórios do primeiro trimestre ainda esteja em seus estágios iniciais, as expectativas diminuíram. Os analistas agora veem um crescimento agregado dos lucros do S&P 500 de 2,9% em relação ao ano anterior, abaixo da estimativa de 5,1% em 1º de abril, de acordo com dados da LSEG citados pela Reuters.
Uma parte significativa desse crescimento provavelmente virá das grandes potências tecnológicas, com o UBS prevendo no início deste mês que seis das sete, excluindo a Tesla, deverão registrar um crescimento coletivo dos lucros de 42,1% no primeiro trimestre.
3. Halving do Bitcoin ocorre sem intercorrências
O Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo em capitalização de mercado, oscilava na segunda-feira, mas foi difícil encontrar ganhos significativos após o evento de redução pela metade, amplamente esperado.
Às 7h58, o Bitcoin foi negociado 0,86% mais baixo, a US$66.055,6, pós a quarta redução do Bitcoin pela metade no fim de semana, que viu as recompensas pela mineração de novos Bitcoins serem cortadas pela metade.
Os halvings anteriores ocorreram em 2012, 2016 e 2020, e foram seguidos por altas significativas de preços, já que os investidores consideraram uma taxa reduzida de geração de novos Bitcoins.
No entanto, o Bitcoin teve apenas um ganho marginal, mesmo com a melhora do apetite pelo risco em meio à diminuição das preocupações com uma guerra entre Irã e Israel, e é negociado significativamente abaixo do recorde histórico de US$ 73.750, atingido em março.
A força do dólar e a perspectiva de taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA limitaram qualquer grande aumento nos preços das criptomoedas.
4. O petróleo cai com a diminuição das tensões entre Irã e Israel
Os preços do petróleo caíram acentuadamente na sexta-feira, ampliando as perdas da semana anterior, em meio a esperanças crescentes de que o conflito entre Irã e Israel não aumentará ainda mais, reduzindo as chances de grandes interrupções nos suprimentos dessa região rica em petróleo.
Às 7h58, os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,44% mais baixos, a US$ 81,86 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,44%, para US$ 86,91 por barril.
Ambos os índices de referência caíram cerca de 3% na semana passada, registrando sua maior perda semanal desde fevereiro, depois que o Irã minimizou o ataque retaliatório de drones de Israel em seu solo, indicando que uma escalada das hostilidades no Oriente Médio poderia ser evitada.
A atenção está voltando para as questões fundamentais, em meio a temores de que as taxas de juros mais altas e prolongadas dos EUA e a inflação rígida reduzam o crescimento econômico este ano, o que, por sua vez, diminuirá a demanda global por petróleo.
O aumento dos estoques de petróleo bruto também está pressionando o mercado, enquanto na sexta-feira surgiram relatos de que o Fundo Monetário Internacional espera que a OPEP+ comece a aumentar a produção de petróleo a partir de julho.
Os membros da OPEP+, liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, concordaram no mês passado em estender os cortes voluntários de produção de 2,2 milhões de barris por dia até o final de junho.
5. Renda média dos brasileiros atinge recorde
A renda média dos brasileiros atingiu patamar histórico em 2023. De acordo com do módulo Rendimento de todas as fontes, da PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a massa de rendimento mensal domiciliar chegou a R$ 398,3 bilhões, um incremento de 12,2% ante 2022. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita atingiu R$ 1.848, ganho de 11,5%, também maior valor da pesquisa até o momento.
A diminuição do desemprego e o aumento do salário mínimo estiveram entre os motivos do aumento da renda brasileira, assim como maior proporção de domicílios do país com algum beneficiário do programa Bolsa-Família passou de 16,9% em 2022 para 19,0% em 2023.
O relatório também apontou o nível de desigualdade, sendo que o 1% da população do país com maior rendimento ganhava 39,2 vezes o rendimento dos 40% da população de menor renda. O índice de Gini, que mede a concentração de renda, ficou estável frente a 2022 em 0,518, o menor da série histórica.
Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,33% no pré-mercado.
Investing.com – Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo