Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quarta-feira

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Os índices acionários futuros dos EUA apontavam para uma abertura em baixa nesta quarta-feira, 17, com os investidores avaliando o potencial de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) este ano, após uma declaração mais rígida de uma das autoridades da instituição. No cenário corporativo, a Walt Disney (NYSE:DIS) rejeita uma série de indicações para seu conselho apresentadas por investidores ativistas, enquanto os ventos contrários contra a economia chinesa se intensificam, apesar de o país ter registrado um crescimento anual que superou a meta de Pequim. O Brasil participa de fórum internacional e discute transição energética.

1. Waller, do Fed, esfria expectativas de cortes de juros e derruba futuros dos EUA

Os futuros dos principais índices acionários dos EUA recuavam nesta quarta-feira, sinalizando uma continuação do movimento de baixa da véspera, após o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, descartar a necessidade de reduzir as taxas de juros no curto prazo.

Às 8h02 (horário de Brasília), o Dow Jones futuro cedia 0,4%, o S&P 500 futuro perdia 0,39% e o Nasdaq 100 futuro recuava 0,55%.

Na terça-feira, as bolsas de Nova York fecharam em queda, reagindo ao tom mais duro de Waller em relação à política monetária. O desempenho fraco das ações do setor financeiro, após os resultados trimestrais decepcionantes de Goldman Sachs (NYSE:GS) e Morgan Stanley (NYSE:MS), pesou sobre o S&P 500, que caiu 0,4%.

Nasdaq Composite, que concentra as empresas de tecnologia, também registrou perda de 0,2%. A Apple (NASDAQ:AAPL), uma das maiores empresas do índice, recuou 1,2%, após a divulgação de que estava oferecendo descontos em seus iPhones na China, para enfrentar a concorrência local.

O dado mais relevante do dia será o de vendas no varejo dos EUA referente a dezembro. Segundo o banco ING, um resultado acima do esperado pode colocar em dúvida a precificação atual do mercado, que atribui 62% de probabilidade de um corte de juros pelo Fed em março.

Em um evento na Brookings Institution, em Washington, D.C., Waller afirmou que o Fed não tem pressa de iniciar um ciclo de afrouxamento monetário, já que a economia e o mercado de trabalho dos EUA estão em “boa forma” e a inflação está se aproximando “gradualmente” da meta de 2% do banco central.

Diante desse cenário, Waller disse que “não vê razão para agir ou cortar tão rápido quanto no passado”.

As declarações de Waller impulsionaram os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que refletem as expectativas sobre os juros. O rendimento da T-note de 2 anos, mais sensível à política monetária, subiu 0,044 ponto percentual, para 4,27%, e o rendimento da T-bond de 10 anos, referência para o mercado, caiu levemente 0,015 ponto percentual, para 4,05%. Os preços e os rendimentos dos títulos se movem em direções opostas.

2. Disney recusa indicações de ativistas para o conselho

A Walt Disney rejeitou as indicações de investidores ativistas para o seu conselho de administração, alegando que a atual gestão do conglomerado de entretenimento tem feito um progresso “considerável” na implementação de uma ampla reestruturação da empresa.

Em uma carta aos acionistas, o CEO da Disney, Bob Iger, detalhou o plano do grupo para tornar a sua plataforma de streaming rentável, transformar a sua emissora esportiva ESPN em um serviço digital “destacado”, aumentar a qualidade dos seus filmes e impulsionar o seu principal segmento de parques temáticos.

“Continuamos a avançar com urgência e clareza”, afirmou Iger.

Os acionistas ativistas, descontentes com os baixos retornos do streaming e os fracassos de bilheteria que derrubaram o preço das ações da Disney, têm buscado obter assentos no conselho para influenciar essa reestruturação.

A Trian já havia indicado Peltz e o ex-diretor-chefe financeiro da Disney, Jay Rasulo, para o conselho, enquanto a Blackwells Capital, também ativista, havia indicado três de seus próprios candidatos. Em um registro de títulos rejeitando esses candidatos, a Disney atacou Peltz em particular, alegando que ele não havia “apresentado uma única ideia estratégica”.

3. China supera meta de crescimento em 2023, mas enfrenta desafios

A China registrou um crescimento econômico um pouco abaixo do esperado no último trimestre de 2023, afetada pela demanda doméstica fraca e pela crise no setor imobiliário. No entanto, o desempenho anual ficou acima da meta estabelecida pelo governo.

O produto interno bruto (PIB) avançou 5,2% no quarto trimestre, em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira pelo National Bureau of Statistics. O resultado ficou abaixo da projeção de 5,3% dos analistas, mas foi superior aos 4,9% do trimestre anterior.

Com isso, a economia chinesa cresceu 5,2% em 2023, superando a meta de 5% de Pequim. O ritmo de expansão foi mais forte do que os 3% de 2022, mas também refletiu uma base de comparação mais baixa, já que o país ainda enfrentava as restrições da covid-19. Sem considerar os três anos de pandemia, esse foi o menor crescimento anual desde 1990.

A economia chinesa foi pressionada em 2023 pelo consumo fraco, pelo colapso do mercado imobiliário e pelas pressões deflacionárias. Além disso, novos dados mostraram que a população do país diminuiu mais rapidamente em 2023, evidenciando os desafios demográficos da segunda maior economia do mundo.

4. Petróleo recua com dados fracos da China

Os preços do petróleo caíam na quarta-feira após os dados de crescimento da China ficarem abaixo do esperado, aumentando as preocupações de que o país possa não sustentar a demanda global por petróleo em 2024.

Às 8h, os contratos futuros do petróleo dos EUA recuavam 2,05%, para US$ 71,03 o barril, enquanto os do Brent perdiam 1,78%, para US$ 76,90 o barril.

Enquanto isso, o dólar dos EUA atingia o maior nível em um mês, depois que o diretor do Fed, Waller, sinalizou que os juros não devem cair tão cedo. A valorização do dólar pode prejudicar a demanda por petróleo cotado em dólar pelos compradores que usam outras moedas.

5. Participação brasileira no WOF

Sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda Fernando Haddad, a delegação brasileira com os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Nísia Trindade (Saúde) debateu a pauta ambiental do país no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apontou as perspectivas de transição energética e discutiu a situação do desmatamento da Amazônia. Marina defendeu que empresas de petróleo devem se tornar empresas de energia, pois a humanidade teria que decidir se continua a utilizar combustíveis fósseis.

“Temos a partir da COP28 decisão corajosa quer foi colocar na agenda a transição para o fim dos combustíveis fósseis e o pé no acelerador das energias renováveis, que precisarão ser triplicadas, são investimentos robustos”, afirmou.

“O G20 será uma grande oportunidade no Brasil para que a transição energética seja vista pelo mundo como uma transição que leva em consideração a economia global, a questão do combate a desigualdade”, completou Silveira.

Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) perdia 1,32% no pré-mercado.

Investing.com — Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

 

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