Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quarta-feira
Os futuros de ações dos EUA apontam para uma queda nesta quarta-feira, após um início de 2024, em sua maior parte, pessimista na sessão anterior. Os mercados estão agora aguardando a publicação da ata da reunião de política do Federal Reserve de dezembro e, com ela, possíveis pistas sobre a trajetória da taxa de juros do banco central nos próximos meses. Em outros lugares, as vendas de carros da Tesla fabricados na China dispararam em dezembro, mas a gigante dos veículos elétricos de Elon Musk ainda está lutando contra a concorrência acirrada no país. No Brasil, a presidência sancionou o orçamento com vetos, mas manteve a meta de zerar o déficit fiscal neste ano.
1. Futuros americanos em queda, enquanto rendimentos do Tesouro dos EUA sobem
Os futuros das ações dos EUA caíram na quarta-feira, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião de política do Federal Reserve.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,16%, o S&P 500 futuros perdia 0,16%, e o Nasdaq 100 futuros havia 0,33%.
O índice de referência S&P 500 e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composite perderam terreno no primeiro dia de negociação de 2024, em parte devido às esperanças cada vez menores de que o Fed realizará cortes nas taxas de juros no início deste ano. Enquanto isso, o índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average ganhou pouco menos de 0,1%.
Em ações individuais, as ações da Apple (NASDAQ:AAPL) caíram cerca de 4% depois que analistas do Barclays (LON:BARC) rebaixaram a classificação da fabricante do iPhone, citando a fraca demanda por hardware e preocupações com a receita de sua divisão de serviços. A Nvidia (NASDAQ:NVDA), a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e a Microsoft (NASDAQ:MSFT) – que, juntamente com a Apple, fazem parte do chamado grupo das Sete Magníficas empresas de tecnologia que ajudaram a impulsionar um 2023 estelar para as ações – também caíram.
“A impressionante recuperação no final do ano desapareceu um pouco, apesar dos ventos favoráveis sazonais, mas esperamos que a perda de impulso de curto prazo seja modesta”, disseram analistas da Fairlead Strategies em uma nota aos clientes.
Um aumento nos rendimentos do Tesouro dos EUA também prejudicou as ações na terça-feira, em um possível sinal de que a empolgação dos mercados com a perspectiva de cortes nas taxas do Fed no início deste ano pode estar diminuindo.
O rendimento da nota de referência de 10 anos – um indicador importante das estimativas de longo prazo para os custos de empréstimos – atingiu brevemente o ponto mais alto em mais de duas semanas, enquanto o rendimento de 2 anos, sensível à taxa de juros, também subiu. Normalmente, os preços caem quando os rendimentos aumentam.
No final de 2023, o Título do Tesouro de 10-anos estava abaixo de 3,9% após uma forte alta no final do ano, impulsionada pelas expectativas de cortes antecipados nas taxas de juros do Fed e um chamado “pouso suave” da economia dos EUA. Nesse cenário, a campanha agressiva de aumento das taxas do Fed consegue esfriar a inflação sem provocar um colapso na economia em geral.
Impulsionado pelo salto nos rendimentos do Tesouro, o índice dólar, que acompanha o dólar em relação a uma cesta de seus pares de moedas, teve seu melhor desempenho diário desde março de 2023.
2. Ata do Fed à frente
Os investidores agora estão voltando sua atenção para a ata da reunião de dezembro do Fed, que deve ser divulgada nesta quarta-feira. A forma como as autoridades veem a evolução dos custos de empréstimos nos próximos meses pode influenciar a permanência das apostas recentes de que o banco central dos EUA começará em breve a reduzir as taxas de juros de um máximo de mais de duas décadas.
Em dezembro, o Fed deixou as taxas inalteradas em uma faixa de 5,25% a 5,50%, mas sinalizou que seu ciclo de aperto sem precedentes, com o objetivo de controlar a inflação elevada, pode ter chegado ao seu ponto máximo. As novas previsões dos formuladores de políticas também sugeriram que eles podem reduzir as taxas em 75 pontos-base este ano, uma perspectiva mais dovish do que as projeções anteriores.
A especulação sobre possíveis reduções nas taxas alimentou um aumento nas ações no final do ano, embora muitas autoridades tenham tentado moderar esse entusiasmo desde então. A ata pode fornecer ainda mais informações sobre o pensamento do Fed.
3. Vendas de EVs da Tesla fabricados na China aumentam em dezembro
As vendas de veículos elétricos (EVs) da Tesla (NASDAQ:TSLA) fabricados na China aumentaram 68,7% em uma base anual no mês passado, mostraram novos dados da Associação de Carros de Passageiros da China na quarta-feira, embora a montadora norte-americana ainda enfrente intensa concorrência no país.
O total de dezembro, que inclui as exportações, elevou o volume anual de vendas da Tesla na China para 947.742 – pouco mais da metade das entregas globais da empresa.
A fábrica da Tesla em Xangai é seu maior centro de produção, abastecendo a China e outros países como Nova Zelândia e Austrália. O grupo delineou planos para expandir sua capacidade de veículos elétricos na fábrica, mas a medida ainda precisa receber aprovação regulatória de Pequim.
Os números mais recentes da CPCA foram divulgados depois que a BYD (SZ:002594) da China desbancou a Tesla como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo no início desta semana. A BYD, que oferece opções somente de bateria e híbridas, entregou 341.043 carros de passageiros em dezembro, um aumento de 45% em relação ao ano anterior.
4. Petróleo cai antes de dados dos EUA
Os preços do petróleo recuaram na quarta-feira, antes da divulgação de dados cruciais sobre os estoques semanais dos EUA, o maior consumidor do mundo.
Às 8h (de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,68% mais baixos, a US$ 69,9, por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,51%, para US$ 75,50 por barril.
Os estoques de petróleo bruto dos EUA do grupo industrial American Petroleum Institute devem ser divulgados na quarta-feira, um dia depois do normal, devido ao feriado de Ano Novo na segunda-feira. Os dados oficiais serão publicados na quinta-feira.
Os preços de referência do petróleo subiram acentuadamente no início da semana, depois que ataques a embarcações no Mar Vermelho por rebeldes Houthi aumentaram as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento nessa região importante.
5. Manutenção da meta fiscal de déficit zero no Brasil em 2024
Com a sanção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prevê regras para o orçamento do governo, propostas como a de zerar o déficit fiscal em 2024 foram mantidas, apesar dos 34 vetos ao texto original. Economistas e analistas de mercado, no entanto, enxergam a meta com certo ceticismo.
“Talvez seja um resultado ali entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de déficit. Mas nós sabemos que o governo está bastante empenhado na busca por essa zeragem do déficit primário”, aponta Rodolfo Margato, economista da XP (BVMF:XPBR31). Confira entrevista completa.
Enquanto isso, o calendário para pagamento de emendas parlamentares para deputados e senadores ficou de fora. Ainda que a matéria tenha previsto que as emendas individuais deveriam ser empenhadas em até 30 dias, a presidência preferiu manter a atuação atual, após liberação dos ministérios. Apesar das críticas de Lula antes das eleições, seu governo superou os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro com as emendas, até então chamadas por Lula de orçamento secreto, com pagamento de em torno de R$22 bilhões no ano passado.
Às 8h02 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,58% no pré-mercado.
Investing.com – Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo