Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quarta-feira

O Federal Reserve se prepara para revelar sua decisão sobre taxas de juros, enquanto os investidores aguardam ansiosamente os comentários do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell. No Brasil, enquanto mercados também aguardam decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), presidente brasileiro promete ajudar a vizinha Argentina, mas “sem dinheiro”. Começa uma batalha entre dois importantes investidores ativistas, enquanto a pressão sobre os credores de médio porte não diminui.

 1. Mais um aumento do Fed e pronto?

Federal Reserve deve apresentar sua última decisão de política monetária ainda hoje, com o banco central dos EUA amplamente inclinado a aumentar as taxas de juros em mais 25 pontos-base.

Se isso acontecer, o Fed terá aumentado os custos dos empréstimos de 0% para um piso de 5% no período de aproximadamente um ano. A escala e o ritmo sem precedentes desses aumentos destacam o quanto os formuladores de políticas estão desesperados para reduzir a alta inflação.

O preço do aperto está começando a aparecer. O sistema bancário dos EUA está rangendo, enquanto dados recentes sugerem que o mercado de trabalho está esfriando e a economia como um todo está desacelerando.

No entanto, o crescimento dos preços continua teimosamente elevado. Portanto, os investidores estarão ansiosos para saber se o Fed agora fará uma pausa em sua campanha de aumento das taxas e, em caso afirmativo, por quanto tempo.

Os futuros de ações dos EUA apontaram para cima na quarta-feira, mas permaneceram, em geral, perto da linha plana, já que os investidores aguardam a decisão do Fed e qualquer comentário sobre os planos futuros do banco central.

Às 7h56 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava em alta de 0,05%, o S&P 500 futuros 0,14% mais alto, enquanto o Nasdaq 100 futuros subia 0,15%.

Os comentários sobre o caminho a ser seguido pelos custos de empréstimos e a situação do sistema financeiro estarão em foco quando o presidente do Fed, Jerome Powell, fizer seus comentários programados após o anúncio da taxa de juros, ainda hoje.

2. Presidente brasileiro quer ajudar vizinha Argentina “sem dinheiro”

O encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o argentino Alberto Fernández resultou em um aceno político sem promessas de recursos para o país vizinho, que vive uma crise econômica, com falta de reservas, desemprego e hiperinflação.

Lula afirmou que deve conversar com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos Brics, para viabilizar medidas para “tirar a faca do pescoço” da Argentina. Assim, o NBD poderia criar um fundo e fornecer as garantias necessárias para as importações argentinas de produtos brasileiros, na visão de Lula.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que medidas de auxílio à vizinha exigiria garantias para diminuir problemas com inadimplência.

Ainda em pauta hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define o patamar da taxa de juros brasileira, a Selic, com expectativa consensual de manutenção em 13,75%.

Às 7h57 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) estava estável no pré-mercado.

3. O novo alvo de Hindenburg

O fundo de capital aberto do bilionário Carl Icahn viu suas ações perderem quase um quinto de seu valor em um dia, na terça-feira, depois que se tornou o mais recente alvo do vendedor a descoberto Hindenburg Research.

A Hindenburg, liderada por Nathan Anderson, alegou em um relatório que a Icahn Enterprises LP (NASDAQ:IEP) estava inflando o valor de seus ativos, acrescentando que o fundo está sendo negociado com um prêmio elevado em relação a seus pares. Hindenburg alegou que a IEP estava elevando suas ações, na verdade, usando as vendas de ações recém-emitidas para pagar aos investidores antigos um dividendo em dinheiro espumoso de cerca de 16% – o mais alto entre as empresas americanas de grande capitalização, de acordo com dados citados pela Reuters. Icahn, por sua vez, recebe seus dividendos em ações e não em dinheiro, disse Hindenburg.

Icahn, um investidor ativista cuja carreira histórica em Wall Street o levou a pressionar grandes marcas para que fizessem mudanças radicais, defendeu as divulgações públicas do fundo. Ele também atacou a Hindenburg, dizendo que suas alegações eram uma manobra egoísta para aumentar sua própria posição vendida.

Esse tipo de briga pública não é novidade para a Hindenburg. No início deste ano, um relatório do grupo sediado em Nova York eliminou US$ 100 bilhões em valor das ações do Adani Group (NS:ADEL) da Índia e, no mês passado, a empresa de pagamentos Block, Inc. (NYSE:SQ) estava em sua mira.

4. Queda dos credores regionais dos EUA

Os bancos de médio porte dos EUA viram suas ações caírem drasticamente na terça-feira, em um sinal de que o resgate do First Republic Bank ainda não aliviou todas as preocupações sobre a situação do setor bancário.

Um índice mais amplo de credores regionais caiu para seu fechamento mais fraco desde 2020. Entre os maiores declínios estavam a Western Alliance (NYSE:WAL), que caiu 15%, e o PacWest Bancorp (NASDAQ:PACW), com sede em Los Angeles, onde as ações despencaram 28%. Os dois já perderam mais de US$ 5 bilhões em valor de mercado este ano e estão em baixa nas negociações de pré-mercado na quarta-feira, à medida que são feitas comparações com seus pares que faliram recentemente, como o Silicon Valley Bank e o First Republic.

Na segunda-feira, o JPMorgan (NYSE:JPM) entrou em cena para abocanhar a maior parte das operações do First Republic, depois que o credor com sede em São Francisco foi confiscado pelos órgãos reguladores. Na ocasião, o chefe do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que “essa parte da crise já passou”.

Mas os investidores ainda não foram totalmente persuadidos e continuam à procura de outro elo fraco no sistema financeiro.

5. Qualcomm lidera a onda de lucros nos EUA

Um novo lote de resultados de empresas norte-americanas deve ser divulgado hoje, com destaque para a fornecedora de chips para celulares Qualcomm (NASDAQ:QCOM).

Os investidores esperam que os retornos do grupo sediado em San Diego, que deverão ser divulgados após o fechamento do pregão, forneçam algumas informações sobre a situação do mercado de smartphones do país.

As preocupações econômicas e a inflação teimosamente elevada afetaram os gastos dos consumidores, o que está fazendo com que os estoques de peças de aparelhos celulares dos clientes da Qualcomm aumentem. Como resultado, os analistas temem que a demanda por semicondutores da Qualcomm possa diminuir.

Outros nomes importantes de empresas programados para divulgar seus últimos lucros na quarta-feira incluem a rede de farmácias CVS (NYSE:CVS) e a marca de cosméticos Estee Lauder (NYSE:EL).

Investing.com — Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

 

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