Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quarta-feira
Orientação decepcionante de Microsoft e Texas Instrument e uma rara falha por Alphabet estão lançando uma longa sombra, especialmente sobre a Meta, que informa após resultados fechamento. Os bancos da Europa estão fazendo melhor – tanto que podem convidar impostos inesperados à medida que os governos lutam por fundos em meio à desaceleração econômica.
O Reino Unido vai levar mais algumas semanas para encontrar maneiras de preencher as lacunas em seu orçamento. No Brasil, temporada de balanços começa a ter calendário mais robusto.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 26 de outubro.
1. Temporada de balanços brasileira ganha fôlego em meio à volatilidade das eleições e divulgação da Selic
Ainda que as divulgações tenham, de fato, começado com resultados do terceiro trimestre no início deste mês, nesta quarta-feira o calendário ganha maior robustez em meio à volatilidade do cenário eleitoral.
Nomes como Santander Brasil (BVMF:SANB11), WEG (BVMF:WEGE3), Klabin (BVMF:KLBN11), CSN (BVMF:CSNA3), EDP Brasil (BVMF:ENBR3) e CSN Mineração SA (BVMF:CMIN3) reportam resultados hoje, assim como Log-in (BVMF:LOGN3), Dexco (BVMF:DXCO3), Kepler Weber (BVMF:KEPL3) e Odontoprev (BVMF:ODPV3).
Ainda nesta quarta, o mercado vai saber se o Comitê de Política Monetária (Copom) mantém ou não a taxa de juros básica da economia brasileira, Selic, no patamar de 13,75%. Na terça, os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, indicaram que os recuos devem ter um fim. O IPCA-15 de outubro surpreendeu para cima com alta de 0,16%.
“Esperamos que a autoridade reafirmará o compromisso com o regime de metas de inflação e manterá o viés duro da comunicação a fim de estabelecer credibilidade neste compromisso”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
Às 8h33, o Shares MSCI Brazil ETF EWZ subia 0,51%.
2. Os bancos europeus lucram com a ressurreição das taxas
Os bancos europeus continuaram a relatar um amplo aumento nos lucros, refletindo o movimento tardio do Banco Central Europeu de aumentar as taxas de juros durante o verão.
O Deutsche Bank (ETR:DBKGn) publicou seu melhor relatório trimestral de resultados em mais de uma década, lucrando também com a volatilidade dos mercados de títulos. O Unicredit (BIT:CRDI), sediado na Itália, também publicou resultados fortes, enquanto o Santander (BME:SAN) levantou lucro líquido em 11% no ano.
Todos os três conjuntos de números foram – como HSBC’s (LON:HSBA) na terça-feira – antes das previsões e aumentam a probabilidade de os governos cobrarem impostos inesperados para preencher as lacunas em seus orçamentos criadas pela crise energética e a desaceleração econômica que a acompanha. Barclays (LON:BARC) perdeu, porém, como a volatilidade do mercado atingiu seu banco de investimentos focado nos EUA.
3. Ações americanas devem ter abertura inferior; Musk perto da conclusão do negócio
As bolsas de valores americanas estão preparadas para abrir em baixa aos balanços da Microsoft e da Alphabet, evidência de que a desaceleração está chegando até mesmo àquelas empresas megacaps que há muito se pensava serem imunes ao resto dos problemas do mercado.
A Texas Instruments (NASDAQ:TXN) acrescentou ao pessimismo na noite de terça-feira dizendo que estava vendo a fraqueza da demanda se alargar do segmento de eletrônicos de consumo para o segmento industrial mais amplo. A Chipotle (NYSE:CMG), entretanto, advertiu que está perdendo tráfego, pois os clientes mais pobres ficam sem dinheiro.
Às 8h29, Dow Jones futures subia 0,1%, enquanto S&P 500 futures caiu 0,61%, e Nasdaq 100 futures caiu 1,64%.
A tábua dos ganhos antes da abertura de mercado é liderada pelos gigantes aeroespaciais e de defesa Boeing (NYSE:BA) e General Dynamics (NYSE:GD), juntamente com Thermo Fisher (NYSE:TMO), ADP (NASDAQ:ADP), Bristol-Myers Squibb (NYSE:BMY), Kraft Heinz (NASDAQ:KHC), e Norfolk Southern (NYSE:NSC). A Ford (NYSE:F) se reporta ao lado da Meta após o fechamento. Durante a noite, houve avisos de negócios fracos por parte do gigante cervejeiro Heineken (AS:HEIN) e Mercedes (ETR:MBGn), enquanto que o maior comprador de gás da Europa BASF (ETR:BASFN) manteve suas previsões.
Atualizações decepcionantes dos gigantes da tecnologia Microsoft e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) no final da terça-feira estão tirando um pouco do vapor do rali da semana em estoques na sessão noturna.
A Microsoft (NASDAQ:MSFT) passou expectativas mas alertou para uma clara desaceleração do crescimento em seu negócio de hospedagem na nuvem Azure, enquanto a Alphabet perdeu as expectativas por uma ampla margem, relatando um crescimento de vendas de apenas 6% – ou seja, menos do que inflação – em vez dos 9% de analistas esperados. O YouTube em particular decepcionado, com a receita caindo 2% no ano, enquanto a marca principal de busca do Google gerou apenas um aumento de 4,2%.
Os números reforçam a tristeza criada pelas empresas digitais financeiramente mais fracas que também dependem da publicidade, como a Snap (NYSE:SNAP), e colocam os holofotes firmemente no Facebook proprietário Meta Platforms (NASDAQ:META) quando reporta esta noite.
4. O Reino Unido precisa de mais tempo para preencher a lacuna orçamentária
Rishi Sunak não tem pressa de acrescentar ao drama do Gilt. O novo Primeiro Ministro do Reino Unido adiou o anúncio de seus planos fiscais por pouco mais de duas semanas até 17 de novembro, dando a si mesmo mais tempo para preencher uma lacuna de financiamento que deve estar entre 30 bilhões e 40 bilhões de libras por ano.
Sunak, que já provou seu compromisso de equilibrar os livros através de impostos mais altos, agora provavelmente terá que encontrar cortes nos gastos, pelo menos em termos ajustados à inflação para cumprir o objetivo de um orçamento que mostrará a redução da dívida como parte do PIB a médio prazo.
Gilts, que se recuperou fortemente desde que a perspectiva de Sunak substituir a malfadada Liz Truss se tornou provável, cedeu à realização de lucros, com o rendimento 10-anos subindo 1,28%. A libra subiu 0,99% em relação ao dólar, ao seu maior valor desde meados de setembro.
5. O petróleo em alta mesmo com estoques em alta
Os preços do petróleo bruto derivaram após os fracos dados econômicos dos EUA de terça-feira foram corroborados por um aumento de 4,5 milhões de barris de petróleo bruto, de acordo com o Instituto Americano de Petróleo. O Dados do governo dos Estados Unidos deve chegar às 11h30, como de costume, e espera-se que mostre um aumento de apenas 1 milhão de barris.
Os dados econômicos de quarta-feira parecem improváveis de melhorar o apetite de risco, com o vendas de casas novas devendo cair ainda mais e o inventários no atacado provavelmente confirmando um padrão de desaceleração da demanda final.
Às 8h33, os futuros do petróleo WTI aumentaram 1,07% a US$86,23 por barril, enquanto Brent aumentou 0,65% a US$92,34 por barril.
Investing.com — Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo