Eletrobras confirma oferta de privatização ao preço de R$42 por ação

(Reuters) – A Eletrobras (SA:ELET3) confirmou nesta sexta-feira que sua oferta de ações para privatização foi precificada em 42,00 reais por ação, levantando um total de 29,29 bilhões de reais.

O valor incluiu uma oferta primária de 627.675.340 novas ações ordinárias emitidas pela empresa, através das quais o governo brasileiro diluiu sua participação, e uma oferta secundária de 69.801.516 ações já detidas pelo BNDES.

Se considerado o lote suplementar de ações destinado à estabilização de preços, aumentando a oferta em 15%, o valor total da capitalização da Eletrobras sobe para 33,68 bilhões de reais.

A cotação de 42 reais representa um desconto de 1,17% em relação ao preço de fechamento das ações da Eletrobras na quinta-feira.

Com forte demanda pelos papéis, de quase 70 bilhões de reais, a operação da elétrica brasileira na Bolsa configurou-se como a segunda maior do mundo este ano, e a maior oferta de ações em 12 anos no Brasil, desde a capitalização da Petrobras (SA:PETR4) em 2010.

A privatização da elétrica é vista como crucial para o presidente Jair Bolsonaro, que até agora entregou poucas das vendas de ativos estatais que prometeu antes de assumir o cargo em 2019.

Bolsonaro, um autoproclamado defensor do livre mercado, deve enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –um opositor declarado das privatizações– no primeiro turno das eleições presidenciais em 2 de outubro.

Ao contrário de outras grandes vendas de ativos estatais, nenhum investidor, estrangeiro ou nacional, assumiu o controle da empresa por meio do processo. O modelo da Eletrobras estabeleceu um teto de direito de voto de 10% em participações individuais. A Eletrobras ainda não confirmou sua nova estrutura acionária.

Do lado da companhia, a expectativa de analistas é que a privatização permita maior fôlego financeiro para investir em fontes de geração renovável e novas tecnologias, corte de custos e despesas e diminuição dos mais de 80 bilhões de reais. Eles ponderam que a “virada de chave” não deve ocorrer no curto prazo, mas faz parte de um processo que pode demorar anos para ser concluído.

(Por Gabriel Araujo e Rodrigo Viga Gaier, com reportagem adicional de Peter Frontini, Tatiana Bautzer e Letícia Fucuchima)

Por Gabriel Araujo e Rodrigo Viga Gaier

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