Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta terça-feira

Os futuros dos EUA oscilaram amplamente em torno da linha plana na terça-feira, com os investidores se preparando para uma enxurrada de lucros, dados e decisões do banco central nesta semana. A inteligência artificial deverá ser um dos principais focos dos últimos relatórios trimestrais dos gigantes da tecnologia Microsoft e Alphabet ainda hoje. A Boeing descarta um pedido de aceleração da certificação oficial de seu próximo jato 737 Max 7, após forte escrutínio dos legisladores dos EUA. No Brasil, contas públicas fecham ano passado com segundo maior rombo da história.

1. Microsoft e Alphabet anunciam lucros

Os futuros das ações norte-americanas caíam na terça-feira, com os investidores aguardando a divulgação de novos lucros de várias empresas de grande nome, uma série de dados econômicos importantes e uma importante decisão de política do Federal Reserve.

Às 7h55 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,13%, o S&P 500 futuros perdia 0,08% e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,06%.

As principais médias em Wall Street subiram na sessão anterior, com o índice de referência S&P 500, em particular, subindo 0,8% para um novo recorde de fechamento. O índice Nasdaq Composto, de alta tecnologia, saltou 1,12% e o índice Dow Jones Industrial Average, de 30 ações, subiu 0,6%.

Em ações individuais, as ações da iRobot (NASDAQ:IRBT) caíram 8,8% depois que a fabricante de aspiradores de pó robóticos e a Amazon (NASDAQ:AMZN) anunciaram que haviam concordado mutuamente em encerrar uma fusão planejada devido à oposição dos órgãos reguladores antitruste da UE. Em outro lugar, a SoFi Technologies (NASDAQ:SOFI) subiu 20,2% depois que o grupo de finanças pessoais on-line registrou lucro trimestral melhor do que o previsto.

A gigante da tecnologia Microsoft (NASDAQ:MSFT) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa mãe do Google, devem revelar seus últimos lucros trimestrais após o fechamento do pregão em Nova York na terça-feira, na primeira onda de resultados corporativos que podem movimentar o mercado nesta semana.

Para a Microsoft, os números chegam depois que o valor de mercado das ações da empresa sediada em Redmond, Washington, ultrapassou US$ 3 trilhões pela primeira vez na semana passada.

A base dessa valorização altíssima é o investimento da Microsoft na OpenAI, cujo chatbot ChatGPT se tornou um dos pontos focais do recente e crescente entusiasmo pela inteligência artificial generativa. Os analistas provavelmente prestarão muita atenção aos comentários dos executivos da empresa sobre como eles esperam implantar a tecnologia nascente, especialmente em sua divisão crucial de computação em nuvem Azure.

A Alphabet, por sua vez, lançou recentemente seu próprio jogo de IA avançada, batizado de Gemini. A proprietária do YouTube elogiou esse modelo como uma ferramenta sofisticada para processar informações díspares, como vídeo, texto e áudio, e o executivo-chefe Sundar Pichai o chamou de “um dos maiores esforços de ciência e engenharia que já realizamos”.

A IA também estará no centro das atenções da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) quando a fabricante de chips divulgar os resultados após o pregão de hoje. Os analistas já elevaram seu preço-alvo para o grupo de semicondutores no início deste mês, citando os benefícios da demanda elevada por chips alimentados por IA.

2. Boeing retira pedido de isenção de segurança do 737 Max 7

A Boeing (NYSE:BA) confirmou que está retirando seu pedido de isenção de segurança para uma nova série de seus populares aviões 737 Max, uma vez que a fabricante de jatos está enfrentando as contínuas consequências de uma perigosa violação do plugue da porta em pleno ar no início deste mês.

A isenção teria permitido que os órgãos reguladores dos EUA agilizassem o processo de aprovação do próximo 737 Max 7 da Boeing. Os investidores previram amplamente que ele receberia o sinal verde oficial no primeiro semestre deste ano.

Agora, há mais dúvidas sobre o cronograma para a tão esperada certificação do Max 7 e do Max 10, o avião maior da Boeing. De acordo com a Reuters, a empresa pode ser forçada a implementar mudanças no projeto mais rapidamente do que havia planejado originalmente.

A decisão da Boeing também ocorre depois que ela enfrentou forte pressão dos legisladores norte-americanos na semana passada para retirar seu pedido de isenção. A senadora americana e presidente do subcomitê de aviação Tammy Duckworth assumiu uma posição particularmente forte contra o pedido, argumentando que ele poderia ter “consequências catastróficas para a segurança dos passageiros”.

3. Ações da BYD caem após previsão de lucro decepcionante

A BYD (SZ:002594), o grupo apoiado por Warren Buffett que recentemente destronou a Tesla (NASDAQ:TSLA) como a maior fabricante de veículos elétricos (EV) do mundo em volume de vendas, previu um lucro para o ano inteiro que não atendeu às expectativas dos analistas, fazendo com que as ações caíssem na terça-feira.

A empresa chinesa de veículos elétricos disse que agora espera reportar um lucro anual entre 29 bilhões e 31 bilhões de yuans, o que implica um aumento de até 86,49% em relação ao ano anterior. No entanto, o ritmo seria muito mais lento do que o crescimento de 446% do lucro líquido em 2022.

Os analistas da Nomura observaram que a perspectiva estava 4% a 10% abaixo de suas projeções, informou o Wall Street Journal, citando uma nota.

A BYD destacou que estava enfrentando uma “concorrência feroz” no setor de veículos elétricos da China, o que contribuiu para a intensificação da guerra de preços entre as montadoras domésticas, desesperadas para atrair consumidores preocupados com os custos. Mesmo assim, a empresa sediada em Shenzhen disse que demonstrou “forte resiliência” a essas pressões, acrescentando que foi impulsionada pela “rápida” expansão das vendas no exterior e pelas reduções de despesas em sua cadeia de suprimentos.

4. Petróleo sobe em meio às tensões no Oriente Médio

Os preços do petróleo subiram um pouco na terça-feira, após as perdas da sessão anterior, já que a escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio alimentou as preocupações com o fornecimento.

Às 7h55, o contrato futuro petróleo dos EUA foi negociado 0,22% mais alto, a US$ 76,95 por barril, enquanto o contrato Brent subiu 0,13%, para US$ 81,94 por barril.

Os mercados de petróleo estão no limite depois que os EUA prometeram tomar “todas as ações necessárias” para defender suas tropas após um ataque mortal de drones na Jordânia por militantes apoiados pelo Irã, o que pode resultar em interrupções no fornecimento de energia regional no Oriente Médio, rico em petróleo.

Os contratos de petróleo bruto caíram mais de US$ 1 na segunda-feira, uma vez que o aprofundamento da crise imobiliária contribuiu para as preocupações com a demanda da China, o maior consumidor de petróleo bruto do mundo.

5. Contas públicas brasileiras têm segundo pior rombo da história

O governo federal registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões no ano passado, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Tesouro Nacional. Esse foi o segundo pior resultado da série histórica, que começou em 1997, atrás apenas de 2020, em plena pandemia de covid-19.

“Caso descontado o gasto extraordinário com precatórios, o déficit primário em dezembro teria sido de R$ 23,8 bilhões e o resultado para o ano de 2023 teria sido negativo em R$ 138,1 bilhões, equivalentes a 1,3% do PIB”, aponta Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos.

Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter Research, afirma que 2024 pode ser melhor, mas o governo precisaria começar a mostrar essa reversão de tendência nos próximos resultados. “Não é o que tantos anúncios de políticas de mais subsídios e aumento real do salário mínimo indicam, por enquanto”, avalia.

A situação das contas públicas vem sendo observada não somente para o equilíbrio dos gastos, mas também com o receio de que o impulso fiscal possa atrapalhar o processo de desinflação. Nesta terça, inicia reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) que vai definir a taxa de juros brasileira, a Selic, com expectativa de corte de meio ponto percentual.

Às 07h55 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,54% no pré-mercado.

Investing.com – Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

 

Compartilhar notícia: Facebook Twitter Pinterest Google Plus StumbleUpon Reddit RSS Email