Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta segunda-feira
A China afrouxa a política monetária mais uma vez, a Europa sofre com mais preocupações com o fornecimento de gás, enquanto um acordo nuclear iraniano pode estar prestes a ser acordado, pesando sobre o preço do petróleo. As ações dos EUA devem abrir em queda acentuada. Petrobras (BVMF:PETR4) elege um novo conselho de administração.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 22 de agosto.
1. China intensifica afrouxamento monetário
Pequim está claramente preocupada com a desaceleração da economia chinesa.
O Banco Popular da China baixou sua taxa básica de empréstimo de um ano em 5 pontos base para 3.65% na fixação mensal do banco central na segunda-feira, enquanto o LPR de cinco anos foi reduzida em 15 pontos base para 4,30%.
Isso se seguiu à decisão surpresa da semana passada de reduzir duas outras taxas de juros de referência.
A economia da China, a segunda maior do mundo, evitou por pouco contrair no segundo trimestre, mas os bloqueios generalizados da Covid-19 e uma crise imobiliária estão pesando fortemente na confiança do consumidor e das empresas.
O banco de investimento Goldman Sachs na semana passada cortou sua previsão de crescimento anual do PIB da China de 3,3% para 3,0%, muito abaixo da meta oficial de Pequim de cerca de 5,5%.
2. Paralisação do gás para agravar preocupações energéticas europeias
Os problemas de energia da Europa se intensificaram depois que a Gazprom (MCX:GAZP) anunciou na sexta-feira que deixará de fornecer gás natural para a Europa através de seu gasoduto principal por três dias no final do mês, apertando ainda mais suprimentos de energia.
Isso resultou no contrato Dutch front-month gas, a referência europeia, subindo 11% para 270,98 euros por megawatt-hora, acima do recorde de fechamento de sexta-feira.
O fornecimento de gás através deste gasoduto tem sido motivo de muita preocupação por semanas depois que a Gazprom fechou o fluxo para trabalhos de manutenção no mês passado. Posteriormente, foi retomado com apenas 20% da capacidade, e as autoridades europeias alertaram repetidamente sobre a possibilidade de um desligamento completo, já que o Kremlin retalia as sanções impostas por causa de sua guerra na Ucrânia.
Muitos países europeus, e a Alemanha em particular, estão lutando para encher os locais de armazenamento antes do inverno e procuram urgentemente fontes alternativas de energia.
3. Mercado de ações americanas
As bolsas de valores dos EUA devem abrir em forte baixa na segunda-feira, com os investidores nervosos antes do aguardado simpósio econômico de Jackson Hole do Federal Reserve.
Às 08h11, os futuros da Nasdaq 100 caíam 1,38%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones recuavam 1,06% e 0,83%, respectivamente.
Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa na sexta-feira, interrompendo o rali de alta por temores de que o recente tom hawkish de vários formuladores de políticas do Fed se traduzirá na continuação de aumentos mais agressivos das taxas de juros, potencialmente com outro aumento de 75 pontos-base em { {frl||setembro}}.
O presidente do Fed, Jay Powell, deve falar em Jackson Hole, Wyoming na sexta-feira, e os investidores estarão procurando possíveis respostas sobre quão altas as taxas de juros dos EUA podem chegar e quanto tempo precisarão permanecer níveis elevados para trazer a inflação de volta ao controle.
Em uma nota corporativa, a Palo Alto Networks (NASDAQ:PANW) e a Zoom Video Communications (NASDAQ:ZM) devem divulgar os resultados após o sino de segunda-feira, enquanto a Tesla (NASDAQ:{ {13994|TSLA}}) também estará no centro das atenções depois de levantar o custo de seu sistema avançado de assistência ao motorista.
O preço do sistema Full-Self Driving da Tesla (NASDAQ:TSLA), seu programa de assistência ao motorista de nível superior, deve aumentar em 25% para US$ 15.000, de US$ 12.000 em setembro, disse o CEO Elon Musk, em um tweet no domingo.
4. Novo Conselho da Petrobras
O novo Conselho de Administração da Petrobras foi eleito na última sexta-feira, 19, e entre os novos conselheiros estão Jônathas de Castro e Ricardo Alencar, que foram indicados pela União, mas haviam sido rejeitados pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia.
Seis das oito cadeiras que estavam em disputa na eleição foram ocupadas por indicados do governo após a eleição de voto múltiplo. Caio Paes de Andrade foi confirmado como presidente-executivo e Gileno Barreto será o novo “chairman”. Também foram eleitos com o voto da União Iêda Cagni e Edison Garcia. Os acionistas minoritários elegeram Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho.
Os novos nomes foram considerados pouco diversos, segundo o Valor Econômico, pois há muitos advogados, com pouca experiência na empresa, e não há nenhum engenheiro do setor de petróleo. Os mandatos possuem um prazo de dois anos, mas as eleições de outubro colocam em dúvida a permanência, uma vez que uma possível mudança de presidência também poderia significar a queda dos eleitos por voto múltiplo.
Os novos membros do Conselho vão se juntar a Marcelo Mesquita e Francisco Petros, indicados dos minoritários e eleitos pelo voto em separado do controlador em abril, e também à representante dos empregados, Rosângela Buzanelli.
Às 08h14, as ADRs da Petrobras recuavam 0,51% no pré-mercado americano.
5. Acordo nuclear com o Irã ‘iminente’
Os preços do petróleo caíram na segunda-feira com relatos indicando que um acordo que revive um acordo nuclear entre o Irã e as potências ocidentais estava perto de ser assinado.
A organização de notícias do Catar Al Jazeera informou no fim de semana que tal acordo era “iminente”, enquanto a Casa Branca confirmou que os líderes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha discutiram os planos no fim de semana.
Essas negociações complicadas duram mais de um ano e o mercado pode estar se adiantando, especialmente depois que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã acusou os Estados Unidos de “procrastinar”.
No entanto, um acordo pode resultar na liberação de mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia de fornecimento no mercado se as sanções ao petróleo iraniano forem retiradas.
Às 08h15, os futuros do petróleo nos EUA subiam, 0,17% a US$ 90,59, enquanto os de Brent ganhavam 0,12%, a US$ 96,84.
Investing.com – Por Peter Nurse e Ana Beatriz Bartolo